E surpreendo-me,
deparo-me com tua presente ausência
fazendo de um,
dois corpos
Quanto zelo,
quero-te como propriedade minha
quero-me como tua,
e a vida se faz
Resistir-te,
quem há-de?
Cai-me um ínfimo, íntimo realismo,
meu primeiro e virginal abrigo
Horas passam, não as conto
procedo como um mudo,
sem casulo um pássaro
longe de tudo
A esperar teu retorno
A esperar teu entorno,
dizendo que novamente são fatos
Fotos, alianças, abraços
Amo a ti, somente a ti,
vem de volta a meus braços.
Ângela Cabral